segunda-feira, 30 de junho de 2008

Intervenção!






Completando os ensaios sobre a interatividade aliada à arquitetura, a Intervenção propiciou a oportunidade de apropriação de algum espaço da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG para a aplicação dos conceitos vistos até então, visando a construção de um ambiente arquitetônico interativo. A escolha de locais subutilizados, uso de recursos eletrônicos, a virtualização como defendida por Pierre Lévy, além da premissa de que toda arquitetura deve propiciar um maior contato entre as pessoas, foram pré-requisitos que comandaram todas as idéias surgidas, mas que não chegaram a comprometer a criatividade e o senso crítico característico do 1º período.

Escolheu-se a sala de bombeamento d’água por seu isolamento, que proporcionaria liberdade para execução sem comprometer a rotina da escola, e pelas características únicas do lugar, garantia de um projeto exclusivo e inovador. Seu aspecto estava bastante degradado: paredes descascando e sem pintura, fios e tubulação aparentes, ladrilhos do chão quebrados, marcas de ferrugem pelo tanque, azulejos extremamente manchados. Outro aspecto a ser ressaltado, é o fato das telhas serem de amianto, material que, ao ser inalado, pode ser cancerígeno, reforçando ainda mais o caráter de aviltamento do sítio.

O conceito de continuidade foi uma constante no trabalho. Valendo-se de todos os elementos constituintes do espaço e das funções que desempenhavam, procurou-se salientar ao extremo suas características. Com isso, o projeto idealizado não concorreria com as particularidades inerentes ao ambiente, criando uma extensão espacial contígua e linear, e que ao mesmo tempo fosse desconcertante e questionadora. Evocar este espírito de estranhamento nas pessoas foi, justamente, o objetivo inicial: pode-se fazer uma arquitetura bela apostando em elementos estruturais que, a priori, são degradantes e pouco acolhedores? Esta contestação justifica a demanda de um enorme volume de fios e dutos hidráulicos, que transmitem a sensação de uma produção constante que jamais obtém uma satisfação absoluta, demonstrando a consciência de não ter ainda atingido a maturidade e a sua completa formação e de uma busca incessante por uma nova concepção arquitetônica.

Com o mesmo intuito, o microfone vem oferecer uma nova percepção espaço-temporal. Todos os ruídos do local, que muitas vezes passam despercebidos, agora seriam marcantes e perturbadores. Aliado ao plástico bolha, esse efeito tornar-se-ia mais evidente.

O reservatório de água compõe o destaque da sala. Portanto, uma preocupação era estabelecer o dialogo com o restante, além de preservar sua conexão com tudo o que é fluido. Para tanto, buscou-se reproduzir a água através da luz azul, dispersando por todo o sítio.

Para que o usuário tivesse o total controle, concentraram-se todos os dispositivos de interação no quadro de chaves, aproveitando que este já desempenhava tal encargo. Iluminado por uma luz vermelha, ele transmitiria um sentimento de alerta e tensão em quem o usufruísse.

Interferência




Durante a Semana do Lagear, foi-nos proposto uma interferência em algum espaço da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG. Conjuntamente com estudantes dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores da Universidade Federal de Uberlândia, que visitavam Belo Horizonte àquela data, teríamos que utilizar todo nosso conhecimento em recursos eletro-eletrônicos para através destes elevar o nível de interação entre os alunos e a escola. Meu grupo estabeleceu-se na escada interna do pavilhão principal, especificamente no segundo andar, para realizar o que foi demandado. O local era composto apenas de um patamar onde se localizava uma porta que dava acesso à biblioteca, porém estava sem uso e trancada. Ou seja, o espaço não oferecia outro caminho aos usuários senão o de subir ou o de descer; o local servia apenas de passagem. Tirando partido desta função de travessia desempenhada pela escada, resolvemos fazer um mapeamento do fluxo das pessoas que transitavam ali.
Para tanto, utilizamos de uma tinta especial que brilha à luz negra e é invisível à luz normal. Inicialmente, o espaço estaria iluminada por uma lâmpada comum incandescente; quem subisse pela escada, pisaria em um tecido embebido nessa tinta especial, manchando a sola de seu sapato. Desta forma, ao chegar ao patamar, ela deixaria suas pegadas pelo chão, apesar de não serem ainda visíveis. A pessoa, permanecendo em sua subida, pisaria num degrau falso, onde acionaria dois pull-ups (um que desliga a luz incandescente e o outro que liga a luz negra), tornando suas pegadas, assim como a dos demais transeuntes, evidentes.
Foi uma excelente atividade para trabalharmos em equipe e empregarmos os apratos eletro-eletrônicos em espaços arquitetônicos.

Mapeamento Praça 7



Os professores da disciplina de informática demandaram um mapeamento de alguma grande praça de Belo Horizonte através de um panorama. No meu trabalho, mapeei a Praça Sete de Setembro (Praça 7), atendo-me no fluxo e nos ruídos do local.
Para representar o fluxo de pedestres, utilizei sinalizações iguais as de autovias. Porém estas são confusas e distorcidas, pois o percurso dos transeuntes não é linear ou constante, pelo constrário, são tortuosos e cheios de desvios gerados pela infinidade de percursos que estes realizam e ao grande número de obstáculo que têm de contornar. Já para o fluxo de veículos, retratei de forma mais simbólica: as avenidas que cortam-na exibem raios de luz que figuram o dinamismo e a velocidade dos carros que por ali passam.
Os ruídos sonoros estão evidenciados pela perturbação em diversos pontos nos quais o movimento de automóveis e/ou de pessoas é maior. Considerei que a luz intensa também seria um ruído; portanto, saturei as cores do panorama para criar um ambiente onde a luz perturbasse quem o observa, chegando, até mesmo, a ofuscar sua visão.
Além disso, salientei os elementos de referência do sítio, que são o obelisco central (Pirulito), além dos enormes prédios de diversos estilos arquitetônicos que circunscrevem a praça.

Objeto interativo (e eletrônico!)







A proposta da vez consistia em criarmos um objeto interativo que tivesse algum aparato eletrônico. Minha idéia inicial foi brincar com projeções e sombras; para tanto, utilizei-me de um facho de luz e de um anteparo para evocar nos usuários um espírito lúdico, incentivando-os a experimentar novas formas sob a luz.
Meu objeto constituía-se de uma caixa (dimensões: 100, 50, 15 cm) dentro da qual se localizava o circuito eletrônico, composto por uma lâmpada dicróica ligada a um sensor de presença. Utilizei uma folha de papel manteiga no formato A2 como anteparo, formando uma espécie de cúpula onde se projetava a imagem. O conjunto formava uma interessante solução espacial que propiciava um bom aproveitamento do mesmo: a pessoa, ao posicionar as mãos no vão formado pela caixa e a folha de papel, acionava o sensor o qual, por sua vez, ligava o circuito da lâmpada, originando o facho necessário para o surgimento de sombras. A virtualidade do objeto encontrava-se, justamente, na ausência de uma função específica; quem o usufrui tem a liberdade de aproveitar a luz da forma que melhor lhe atender. Apesar de haver indícios do modo de utilização (figuras que ensinam a criar imagens através da sombra das mãos), nada impede que ele seja usado, por exemplo, como luminária.
Este exercício contribuiu para um primeiro estudo de aproveitamento espacial, além de nos introduzir aos equipamentos eletro-eletrônicos e sua aplicação para acentuar a interação entre o homem e suas construções.

domingo, 25 de maio de 2008

Oi Futuro






O Oi Futuro preza pela interatividade. Tanto o espaço de convivência quanto o Museu das Telecomunicações foram projetados visando a maior interação possível entre o local e o usuário. Para tanto, foram utilizados diversos recursos tecnológicos para assegurar a automação de todo o ambiente e aumentar a autonomia do visitante. Isso tudo garante uma liberdade que não se encontra nos museus convencionais. Não há nenhum itinerário pré-estabelecido o qual o espectador tenha que cumprir à risca; pelo contrário, ele pode escolher as informações à sua curiosidade, mesmo que isto corrompa com o tempo cronológico dos vídeos. Contando ainda com a arquitetura criativa e contemporânea de Gringo Cardia, o Oi Futuro é, sem dúvida, um espaço que subverte com os padrões atuais e vem a indicar um novo conceito arquitetônico!

sábado, 17 de maio de 2008

Visita ao Inhotim










O Inhotim é um centro de arte contemporânea situado em Brumadinho, Minas Gerais, em que a arte se integra à natureza exuberante do local. São cerca de 300 obras de mais de 60 artistas internacionalmente reconhecidos, entre os quais destacam-se Amilcar de Castro, Cildo Meireles, Doris Salcedo, Hélio Oiticica, Janet Cardiff, Matthew Barney, Paul McCarthy, Tunga e Vid Muniz. Os trabalhos vão desde pintura, passando pela escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações, que se distribuem por galerias ou pelos jardins. Parte destes, inclusive, foi projetado por Burle Marx.
É muito prazeroso vagar pelos pavilhões e contemplar a diversidade das obras expostas. A infra-estrutura do local proporciona as condições ideais para uma boa interpretação das mesmas; cada ambiente foi projetado para atender a demanda de um trabalho determinado.
Há, também, um grande compromisso com o meio-ambiente. Dos 1.200 ha de área total, 400 ha são de mata nativa preservada. Nos jardins, são mais de 1400 espécies da flora, uma das maiores coleções do Brasil.
Tudo isso faz do Inhotim um local único e referência em termos de museu de arte contemporânea!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Neste segundo trabalho no SketchUp, foi-nos pedido que modelássemos a sensação ao analisarmos algum material do site FILE - Electronic Language International Festival.
A obra que escolhi se chama "After Image", de autoria de Sjaak de Jong, e consiste em um CD de áudio no qual há sete improvisações representando as sete cores do espectro. As primeiras improvisações são eletronicamente editadas e processadas de diversas maneiras. É incrível como se consegue reproduzir as perturbações da luz através de ondas sonoras e como é intuitivo esta associação. Pelo fato de não haver nenhuma imagem, o sentido da audição é aguçado, sendo possível ao expectador identificar com clareza a intenção de Sjaak de Jong.
Em meu trabalho, tentei provocar a mesma sensação da dedução de cores através de pequenos encalços, porém explorando imagens comuns do cotidiano.
Foi um ótimo trabalho de abstração!